A cultura do império é repleta de histórias e lendas fantásticas. As preferidas dos bardos e contadores de histórias são sobre a chamada “era dos dragões”.
Conta-se que, centenas de anos atrás, criaturas reptilianas gigantes dominaram o mundo, voando pelos céus e trazendo morte e destruição por onde passavam. Ninguém sabe ao certo de onde esses seres vieram, sabe-se apenas que eles surgiram de repente, às centenas, espalhando-se por todas as partes do continente e gerando caos. A humanidade provavelmente teria se extinguido se não fosse pela intervenção das chamadas Grandes Entidades.
Uma das variações mais populares da lenda é sobre Atelieu, o herói que sacrificou a própria vida na tentativa de fazer com que as Grandes Entidades esquecessem momentaneamente as próprias diferenças e parassem com o massacre.
Atelieu era um soldado da mítica cidade de Savara, que foi totalmente destruída por um ataque de dragões. Ele não era conhecido por sua força ou habilidade, mas mostrou muita determinação e coragem ao se tornar um dos poucos sobreviventes do desastre e partir em uma cruzada para livrar o mundo daquelas bestas assassinas.
Durante sua jornada ele conheceu Simadena, a jovem órfã por quem ele se apaixonou. Simadena o seguiu por milhares de quilômetros e se recusou a sair de seu lado mesmo durante as situações mais perigosas em que ele se meteu. Ele buscava a ajuda das Grandes Entidades, mas nenhuma delas era particularmente interessada em humanos ou em suas oferendas, apelos ou orações.
Por fim, uma entidades a que ele visitou se irritou profundamente com a ousadia e insistência de Atelieu e o cobriu com uma substância venenosa, condenando-o a uma morte lenta e dolorosa. Naquele momento, Simadena perguntou a ele de que tinha adiantado aquela busca inútil, se ele não se arrependia de ter trilhado aquele caminho apenas para, no final, deixá-la sozinha e desprotegida.
Atelieu teria respondido que, se não fosse por aquela busca, nunca nem mesmo a teria conhecido, e que a salvação da humanidade, para ele, era um prêmio grande o suficiente para valer a pena arriscar qualquer coisa.
Após a morte de Atelieu, os poucos que ainda o acompanhavam testemunharam a transformação de Simadena em uma gigantesca leoa de aspecto nebuloso e etéreo. E perceberam que Atelieu, no fim, tinha conseguido atrair a atenção de pelo menos uma das Grandes Entidades, que o havia acompanhado, disfarçada, o tempo todo.
Semanas depois, os dragões desapareceram, da mesma forma como tinham surgido: de forma súbita e misteriosa. Diversas pessoas disseram ter visto grandes batalhas no céu, envolvendo dragões, serpentes gigantes e enormes pássaros de fogo, mas ninguém nunca conseguiu encontrar vestígios de que essas batalhas realmente ocorreram.
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